(19/04/2020) – Lançado por um grupo de 41 companhias brasileiras no começo de abril, o movimento “Não demita” – nascido de um manifesto conclamando os empresários a não cortarem postos de trabalho ao menos nos próximos dois meses, mesmo com os impactos da pandemia de covid-19 sobre a economia – vem recebendo crescente número de adesões.
As empresas comprometidas com o movimento já somavam 3.294 até a última quarta-feira, 15, de praticamente todos os pontos do país e de todos os setores da economia. Dentre elas, estão várias que foram diretamente atingidas pelas medidas de isolamento impostas pelos governos estaduais, como Magazine Luiza, Lojas Renner, Natura e Boticário.
Os participantes incluem também empresas do setor financeiro, como a BTG Pactual e a XP Investimentos, industrial, como a WEG e a Alpargatas, passando por companhias da área de construção civil e firmas de consultoria.
A Pöyry, empresa internacional de engenharia, projetos e consultoria e uma das principais do setor no país, anunciou esta semana, por exemplo, a adesão ao movimento com o compromisso de não rescindir contratos de colaboradores pelo menos até o final de maio, com exceção a casos de justa causa ou mau desempenho.
“Como primeira empresa de engenharia consultiva industrial a aderir a este movimento, reafirmamos o nosso compromisso com a sociedade e com os nossos mais de 500 colaboradores, contribuindo em um dos momentos mais críticos da história moderna”, explicou o presidente da Pöyry no Brasil, Fábio Bellotti da Fonseca.
Lançado pela internet, o manifesto “Não Demita” apela para a responsabilidade social do setor produtivo, com seus signatários colocando-se na contramão de discursos que defendem as demissões em massa, caso a política de isolamento social e quarentena não sejam revertidas imediatamente.
O manifesto enfatiza uma convocação “de empresário para empresário” e assinala: “A primeira responsabilidade social de uma companhia é retribuir à sociedade o que ela proporciona a você – começando pelas pessoas que dedicam suas vidas, todo dia, ao sucesso do seu negócio. É por isso que nossa maior responsabilidade, agora, é manter nosso quadro de funcionários”.
Fonte: Usinagem Brasil